Da traça
O mundo dos amantes da Lã divide-se em dois: o dos que já tiveram um encontro imediato com a Traça, e o dos inocentes que (ainda) não sabem o que isso é.
As traças-da-roupa (Tineola bisselliella), são uma espécie de mariposas cujas larvas se alimentam de queratina e, por essa razão, adoram mastigar as nossas Lãs e Sedas, entre outras matérias naturais. As traças são as nossas inimigas mortais.
Com a chegada do tempo mais quente, propício à eclosão e multiplicação desta nossa amiga, achamos por bem falar um pouco dos cuidados que se podem tomar, bem como o que fazer quando nos deparamos com elas.
Por aqui acreditamos que não há meios de “intimidação suave”, como colocar castanhas-da-índia ou cedro no meio das lãs, que impeçam verdadeiramente a traça de se alimentar da vossa peça favorita (e elas escolherão sempre a vossa lã mais querida, porque são assim maquiavélicas).
A nossa amiga traça, apanhada em flagrante a comer um saco de Mohair em 2021.
As únicas soluções, numa escala como a nossa e sem envolver inseticidas ou outras armas pesadas, são Vigilância e Manutenção.
Aqui ficam algumas dicas que têm funcionado para nós:
1. Verificar que as lãs que entram no vosso espaço não têm sinais de traças (casulos, etc), para garantir que não trazem surpresas;
2. Armazenar as lãs em sacos herméticos transparentes. Herméticos para evitar entradas/saídas de insetos e, assim, contaminações cruzadas. Transparentes porque permitem a entrada de luz (o que desagrada às traças) e permitem-nos facilmente verificar o que está a acontecer dentro do saco.
3. Rever os materiais armazenados regularmente. As traças desenvolvem-se, invariavelmente, em locais sossegados e escuros. Por isso o grande truque é mesmo não deixar o espólio esquecido durante muito tempo.
O que fazer no caso de encontrarmos peças contaminadas? Eliminar todos os vestígios do inseto (traças, larvas e ovos).
Se o material não estiver muito afetado, ou se for uma peça querida e/ou com muito valor (como a peça da Ana Rita de Albuquerque que podem ver na imagem), o nosso conselho é congelar a peça ou colocá-la num sítio muito quente para garantir que todos os vestígios são eliminados.
Uma peça feltrada da Ana Rita que foi atacada por traça enquanto estava em arquivo no seu atelier. Esta peça foi congelada e lavada, para eliminar contaminações.
Depois disso, a peça terá de ser lavada.
Se não for material valioso e estiver bastante contaminado, muitas vezes é preferível descartar e evitar o alastramento da infestação.
A verdade é que qualquer pessoa que trabalhe no mundo da Lã dificilmente se livrará de enfrentar uma traça ou duas, por isso convém aprender a lidar com elas!
O que fazer no caso de encontrarmos peças contaminadas? Eliminar todos os vestígios do inseto (traças, larvas e ovos).
Se o material não estiver muito afetado, ou se for uma peça querida e/ou com muito valor (como a peça da Ana Rita de Albuquerque que podem ver na imagem), o nosso conselho é congelar a peça ou colocá-la num sítio muito quente para garantir que todos os vestígios são eliminados. Depois disso, a peça terá de ser lavada.
Se não for material valioso e estiver bastante contaminado, muitas vezes é preferível descartar e evitar o alastramento da infestação.
A verdade é que qualquer pessoa que trabalhe no mundo da Lã dificilmente se livrará de enfrentar uma traça ou duas, por isso convém aprender a lidar com elas!
