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Terminaram as oficinas da Primavera
Terminou a Primavera e com ela as oficinas que ensinaram a produzir e extrair fibras têxteis: Oficina prática de Tosquia, Oficina de extração de Seda e Oficina prática de processamento e fiação de Linho, que decorreram em Serralves.
As ferramentas que temos
Reunir ferramentas para trabalhar o linho na oficina e demonstração do próximo sábado, na Quinta de Serralves, não estava a ser fácil.
Queria encontrar bons ripos e sedeiros, utilizados originalmente no trabalho real do linho, não por nostalgia, mas porque não é possível encontrar ferramentas novas à venda e reproduzi-las com a mesma qualidade ia resultar num trabalho bem caro, com o trabalho em metal necessário.
devagar e constante
Este ano tivemos um tempo radicalmente diferente do ano passado durante esta época de cultivo do Linho: muita chuva e, principalmente, temperaturas mais baixas mas que têm subido de forma constante.
Em crescimento
Enquanto nos preparamos para a tosquia de sábado, o Linho vai crescendo devagarinho.
Se tudo correr bem, aquela área vazia acima do linhal vai ser um pequeno Jardim de Tintureiras.
Sementeira do Linho 2016
Depois da dificuldade que foi arranjar a semente de Linho Galego para dar início a esta cultura na Quinta de Serralves em 2015, soube bem multiplicá-la e assegurar o linhal deste ano sem ter de andar a contar sementes.
A floração do Linho
Definitivamente a altura mais bonita na cultura do linho: a época de floração. As plantas já atingiram a sua altura máxima e ficam pontuadas pelas típicas flores de cor lilás que surgem apenas da parte da manhã, que vão caindo ao longo do dia.
O Linho em crescimento
Uma semana após a sementeira e parece que não ocorreu nenhuma das catástrofes previstas por mim. Os pássaros não acorreram em massa para comer as sementes, não as enterramos demasiado fundo para elas brotarem, nem matámos as pobrezinhas à sede.
De quanta semente é que precisamos e porquê?
Acho que a pergunta para a qual mais me esforcei para encontrar uma resposta clara junto das pessoas que consultei e do material que li foi relativamente à quantidade exacta de semente que iria necessitar para determinada área.
Os conselhos do Eng. Flávio Martins para o cultivo do linho
Haverão livros mais extensos sobre o assunto, mas considero estes escritos pelo Eng.Flávio Martins, nos anos 40, uma preciosidade porque tinham uma missão muito clara: assegurar que os agricultores que cultivavam o linho usado pela EFANOR possuíam toda a informação necessária para que a produção fosse de qualidade.
Cá estão eles!
Quatro dias depois da sementeira, os primeiros rebentos do linho galego começaram a espreitar.
O Linho - Sementeira
A investigação que andei a fazer até agora fez-me perceber o quão complexa é esta plantinha e como a qualidade do linho que vamos ter depende quase exclusivamente do que for feito precisamente na altura da sementeira, e bom, também de uma série de factores meteorológicos que não podemos controlar.
O Linho - preparação do terreno
O nosso Linho foi semeado mais tarde do que devia, a 23 de Abril. O plano era fazê-lo duas semanas antes, no final de Março/início de Abril, mas problemas relacionados com o equipamento que era necessário para mobilizar o solo, obrigaram não só a que o momento fosse sucessivamente adiado, mas também a mudar de localização para o cultivo, e esta data foi o melhor que conseguimos fazer.
O Engenheiro do Linho
Quando fui buscar as sementes de Linho Galego ao BPGV, e expliquei à Eng. Ana Maria Barata o que pretendíamos fazer e explorar com esta ideia de produzir e processar fibras têxteis sem Serralves, ela mencionou-me que tinha tido um colega no Banco que há alguns anos atrás tinha trabalhado num projecto relacionado com Linho, e que tinha andado a desenvolver equipamento que talvez achássemos interessante.
Um campo de Linho em Serralves
Ainda nem aqui falei da sementeira do Linho, que fizemos em Abril passado, mas por esta altura o nosso cultivo já está bem crescido, já entrou em floração e as baganhas estão a maturar.
O pano que estas sementes dão
Já conheço a Maria das Dores há cerca de dois anos. Impossível de esquecer a altura em que a conheci, porque quase fui à falência por lhe comprar metros e metros do tecido que ela produz, integralmente por conta própria, a partir daquelas sementes de linho galego. Até hoje tenho-o bem guardado e só gastei um quadradinho muito pequeno para uma ocasião muito especial.
Linho Galego: a semente
Por já me terem sido oferecidas sementes de Linho Galego noutra ocasião, ainda que em pequena quantidade, não pensei que conseguir semente em quantidade suficiente para cultivarmos a área planeada fosse tão difícil. Mas até agora, nunca tinha tentado comprar ou arranjar semente desta variedade.
Linho. Mas qual linho?
Todos os Linhos cultivados pertencem à espécie Linum usitatissimum L., da qual fazem parte centenas de variedades diferentes.
Algumas destas variedades são comerciais e são estas que são utilizadas correntemente para a produção comercial de Linho para diversos fins, por serem mais produtivas.