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Classificação das Lãs Nacionais
Uma coisa que é bom conhecer quando se trabalha com lãs, é a Classificação das Lãs Nacionais que se encontra neste momento em vigor no nosso país. Estas duas tabelas não são os documentos mais fáceis de encontrar online, embora esteja disponível em diversas bibliotecas, mas tive a sorte de, no momento em que procurei (leia-se "googlei") pelo livro, o ter encontrado num alfarrabista cá no Porto, em excelente estado de conservação.
Inventário
A obcecada por informação organizada que há em mim está super-excitada com esta imagem que a Guida acabou de me enviar, com as amostras de todas as lãs portuguesas (mechas sujas e já lavadas), devidamente organizadas e identificadas.
Lã Portuguesa - as madeixas em bruto
Entretanto, os trabalhos de processamento e análise das lãs portuguesas prosseguem nas mãos da Isabel e da Guida, já em Viana do Alentejo.
Por aqui, vou partilhando algumas imagens do trabalho em progresso que vou acompanhando à distância
Velos e mais velos de lã portuguesa
Deitamos mãos à obra e abrimos todas as embalagens que me tinham vindo a chegar durante semanas, para analisar e separar. Das Churras transmontanas às Algarvias, passando por diversas merinas, saloias e bordaleiras, foi um prazer ver e tocar em todas estas lãs nacionais pela primeira vez.
As lãs portuguesas de norte a sul
Estes são apenas alguns dos embrulhos que têm chegado a Serralves, de todo o país, com as lãs de todas as nossas raças autóctones.
Desde final de Abril que andamos a fazer contactos com associações e produtores para conseguirmos ter este material todo reunido e dar início ao que, a par do desenvolvimento dos ciclos de três fibras têxteis, também propus que fosse feito neste ano de 2015, a propósito do Saber Fazer em Serralves: uma publicação que se dedicasse a analisar e comparar as lãs produzidas pelas nossas raças autóctones.
A Técnica Bowen de tosquia
Das primeiras vezes que falei com a Suzana sobre o tipo de tosquia que o Marty fazia, ela disse-me logo que a técnica usada por ele era a técnica Bowen e remeteu-me para este vídeo para me introduzir ao assunto.
Porquê tosquiar?
O único objectivo da tosquia não é obter a lã enquanto matéria-prima, e diria até que para a maior parte das raças que são mantidas pelo Homem, esse nem é o objectivo principal. Aqui em Portugal, em que a maior parte dos ovinos não têm como vocação principal a produção de lã, e em que a lã já não tem (ou ainda não tem?) grande valor económico, os animais são tosquiados na mesma.
A Tosquia na Quinta de Serralves - 2015
No sábado passado o tempo esteve fabuloso, apareceu um público muito interessado e participativo, e depois da tosquia feita pelo Martin, as ovelhas estão mais fresquinhas e nós temos uns belos velos de Bordaleira-de-Entre-Douro-e-Minho para trabalhar. Ou seja, foi uma manhã perfeita.
Vem aí a tosquia!
Estamos quase em Maio, e a época da tosquia já está aberta há algum tempo, mas em Serralves, a primeira tosquia às ovelhas Bordaleiras-de-Entre-Douro-e-Minho a ser realizada na própria Quinta vai acontecer no próximo sábado dia 9 de Maio, pelas 11h.
Aquisições recentes
Os livros que procuro têm sempre um cariz mais técnico e prático, do que histórico ou etnográfico, o que faz com que sejam sempre mais complicados de encontrar. Mas nos últimos tempos vieram parar-me
as mãos uns quantos que têm a ver com temas que ando a investigar.
com quantas ferramentas se faz uma mainça
Quem sabe mesmo fiar, fia com qualquer coisa, até com uma pedra. É por isso que a minha picuinhice com o peso, forma e material dos fusos pode ser completamente subjectiva.
Lavar a lã com a D.Ilídia
No início de Janeiro, fui ter com a D.Ilídia e juntas lavamos uma bacia de lã, para ela me ensinar como se faz isto como deve ser.Lavar a lã é uma das fases do processo da lã aparentemente mais simples, mas que para mim encerram alguma sabedoria.
Anatomia do Pisão de Bucos
Anatomia do Pisão de Bucos, agora extinto, no livro "Tecnologia Tradicional - Pisões Portugueses".
Adelaide e a Lã
Numa visita à D.Ana, marcada para ela me explicar como funcionavam os "riscos" do tear, tive a sorte de conhecer também a D.Adelaide, que é a sua irmã mais velha. Trazia consigo mais alguns riscos e umas mantas, para que eu pudesse perceber melhor como tudo funciona.
Fazer um fuso com o Zé Manel
Quando comecei a aprender a fiar, tornou-se indispensável arranjar uma roca e um fuso para mim. Como tive a sorte de estar a aprender com quem sabe o que faz no que diz respeito à fiação, fui logo informada das características de um bom fuso: são de carvalho, para que tenham um peso próprio adequado, são esculpidos à mão do início ao fim e têm uma mainça bem definida
Apisoar a lã
A folhear o Tecnologia Tradicional: Pisões Portugueses achei uma coincidência engraçada que as únicas fotos de um pisoeiro em acção fossem as do pai do Sr.Francisco, pisoeiro do Pisão de Tabuadela, que já tive a oportunidade de visitar.
Fátima Gomes, Tecedeira
Os tapetes da D.Fátima Gomes ficaram-me na memória desde a primeira vez que os vi e toquei, em Agosto passado. Neles há um lado rústico que respeita a beleza natural da lã e, ao mesmo tempo, conseguem ser incrivelmente sofisticados na sua simplicidade.
Lúcia, Tecedeira Profissional
Na curta visita que fiz à D.Lúcia ela mostrou-me o seu tear, muitas das mantas que teceu e ainda me deixou trazer emprestados os “riscos” que possui.
Ao contrário da maior parte das tecedeiras que tenho conhecido, Lúcia tece profissionalmente a tempo inteiro, por encomenda.
Dobadoiras e Sarilhos
Há dobadoiras e há sarilhos.
Um sarilho roda num plano vertical e é utilizado para transformar a lã que vem do fuso em meadas.
Uma dobadoira roda num plano horizontal e enrola a lã das meadas em novelos.
A dupla tosquia
Uma coisa que me tinha vindo a confundir até há pouco tempo era a dupla tosquia anual, como descrevi aqui.
O velo, para ser cortado e usado para lã tem de ter um comprimento mínimo, por isso ainda não tinha percebido como é que se tosquiavam duas vezes ovelhas como as bordaleiras, para obter a tal lã de S.Miguel.